sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

TUDO É RELATIVO

Quando eu estava convencido de que postava fotos antigas, eis que me chegam essas fotos do período Pré-Cambriano do vôo livre por email. Agradeço ao Arturzim Lewis pela gentileza.



Isso parecido com um parapente que aparece nas fotos se chama, de acordo com o Tuzim, ITV - Diadema e seria um paraca de competição (!)


De novo, o tal ITV Diadema decolando do que seria uma laje de um Mirante. Reparem na selete que o nosso herói usa...
O Tuzim prometeu mandar mais fotos dessa era geológica pouco conhecida do vôo livre; vamos aguardar.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

FINAL: ARQUEOLOGIA VOADORA - histórias, fotos e registros mofados, embolorados e cheios de teias de aranha.

Mais alguns retratos ("retrato" é uma palavra que tem mais a ver com aquele tempo)


Um pouso no Mirante da 040: o único registro que eu tenho de vôos nesse lugar; provavelmente 1998.


O único vôo no Nova Phocus que eu tenho fotografia. E a vela era boa pra caramba!
Microondas, 1998.


Vôo do Morrinho em Bicas. Olha aí Heman!!! O Morrinho é esse sô!

CONTINUAÇÃO: ARQUEOLOGIA VOADORA - histórias, fotos e registros mofados, embolorados e cheios de teias de aranha.

CONFORME PROMETIDO, A BOBAGEM EM SEQUÊNCIA FOTOGRÁFICA:


...Pose antes de se jogar...


...Ai meu Deus...! E agora o que que eu faço?


...Ihhhh....esse trem tá voando...! e tá balançando pra caramba!

1997: Argirita/MG
-No lugar decola-se como se pode notar nas fotos, de frente para outra montanha, com efeito razoável de rotor;
-Ao contrário do que pode se imaginar, NÃO existe pouso abaixo da montanha. Para pousar, é preciso dar a volta na montanha da decolagem e pousar atrás dela; no rotor :-O
-É possível voar num lugar assim? Hoje acho que apesar de possível (como provam as fotos), não é prudente. Mais imprudente ainda foi voar sob estas condições sem ter nenhuma noção do que poderia ocorrer, como nesse fatídico dia.
Que fique claro que eu nao tenho a intenção de fazer apologia da bobagem; é somente uma lembrança dentre tantas outras das quais depreende-se que ao menos alguma coisa eu acabei aprendendo em todos esses anos...pelo menos não decolei mais de Argirita :-D
-Me lembro em especial, que nesse dia eu tive a sensação de que eu iria despencar (talvez fosse isso mesmo né?) a qualquer momento. A turbulência orográfica, tanto à frente da rampa por efeito de estar voando a sotavento de outra montanha, como no tal pouso , que na verdade é um rotor do local onde se decola, eram bastante fortes (ou pelo menos foi isso que ficou gravado na minha memória). Tudo isso somado as térmicas que se desprendiam a todo o tempo e eram devidamente varadas pelo preá borrado, podem dar a idéia do que essa experiência foi para mim que não tinha nenhuma condição de formar juízo de valor a respeito da minha segurança à época.
Me recordo de ter ficado paralisado e imaginado que quão mais rígido eu ficasse durante o vôo, menos aquele troço balançaria. Ai ai...
Atire a primeira fraldinha de reserva quem não tiver feito uma bela bobagem como essa na vida!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

CONTINUAÇÃO: ARQUEOLOGIA VOADORA - histórias, fotos e registros mofados, embolorados e cheios de teias de aranha.




Pois bem; eis que em Leopoldina/MG, onde trabalhava em 1997, olho para o céu, e vejo uns caras voando de parapente! Necessário lembrar que naquela época, ver um parapente voando não era tão comum assim; segui os voadores até que pousassem, determinado a aprender a voar de verdade.
Recomecei então o meu aprendizado no vôo livre; desta vez tive condições de comprar o meu equipamento (este Edel Quantum Rosa Choque que aparece na foto acima, decolando do Microondas em juiz de Fora/MG - 1997).
Nessa ocasião, fiz inúmeras bobagens; a maioria delas em razão da pouca experiência de vida (e no vôo livre óbviamente) que me fazia achar que tinha poder de controle sobre tudo. Agradeço sempre ao Pai do Céu a proteção àquele menino inexperiente e cheio de si que eu era, com as presunções próprias de quem tem 20 anos.
O próximo capítulo da saga mostrará uma destas bobagens imortalizadas pela fotografia....

ARQUEOLOGIA VOADORA - histórias, fotos e registros mofados, embolorados e cheios de teias de aranha.

Em uma verdadeira escavação arqueológica que fiz em uma gaveta de um velho criado-mudo achei diversas coisas interessantes; muitas relacionadas ao começo da minha história no vôo livre. Essa história e as imagens que encontrei e as digitalizei posteriormente, resolvi compartilhar com os amigos que aturam as minhas escrivinhaçõs neste espaço.
Coloquem suas máscaras anti-ácaro, tomem um poderoso anti-alérgico e sintam comigo o gostoso cheirinho de lembranças...


Essa foto registra o meu primeiro vôo de parapente, em 1995. O vôo não deve ter durado mais do que alguns segundos, mas me lembro muito bem de tudo o que eu senti naquele dia. O parapente acho que é um Classic; a turma mais antiga com certeza se lembrará tanto do modelo quanto da marca ( que eu não faço a mínima idéia).
Em 1994, me mudei para Poços de Caldas; tinha à época 20 anos, muita disposição, pouca vivência e muitíssimo a aprender na vida. Comnheci por lá um cara que estava mais ou menos nas mesmas condições que eu. O Ricardo também havia acabado de chegar em Poços de Caldas e, igualmente, não conhecia ninguém. O "culpado" por no dia 17 de Maio de 1995 eu ter me inscrevido em um curso para aprender a voar de parapente foi ele. Obrigado meu amigo!!!
Não pude terminar o curso, mas experimentei o gostinho de voar; o tal vírus de voador já estava incubado na minha alma e assim permaneceu até 1997 quando tive a oportunidade de reaprender a voar em leopoldina/MG.
É o que vou contar em seguida...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

"Nós: Mães de meninos-passarinhos"

Eu, Ana Clara e Dona Vera no dia que inspirou o texto que se segue; Setembro de 2004 .

Em 29 de Setembro de 2004, depois de anos de insistência e muita relutância, minha mãe finalmente resolveu ir até uma rampa pela primeira ( e única) vez; das emoções dela nesse dia e em tantos outros, nasceu o texto a seguir; uma página de raro talento e emoção de que a minha mãe foi generosamente dotada. Que Deus te proteja e ampare sempre Mãe querida! Amo você!

Nós: mãe de meninos passarinhos

O homem aprendeu a difícil arte de nadar como peixes, de voar como pássaros, e desaprendeu da fácil arte de viver como irmãos” (Abrahan Lincoln)

Sempre quando assistia a alguma matéria sobre vôo livre, ficava imaginando: esse negócio deve ser muito bom, bom mesmo, tão bom que depois do um vôo ao colocarem seus pés no chão, eles, os meninos, vem com outro semblante seguido daquele tradicional “uhuuu”, como se estivessem em estado de graça, principalmente porque nessas matérias também é colocado um som que tem tudo a ver. Por isso deve ficar tão legal, pensei. Bonito, lindo, mas para o filho dos outros. Como devem ficar essas mães, que ampararam exageradamente seus filhos nos primeiros passos e num piscar de olhos vêem seus “filhotes” carregando nas costas um “mochilão” enorme, que é o tal do parapente, voando no infinito azul? É, Deus toma conta! – encerrei meus pensamentos.

Mas logo logo precisei retoma-los, porque aquele menino que na infância tinha medo de saltar de uma altura de mais ou menos 2 metros, me comunica que está fazendo um curso que pra mim era de um futuro candidato a passarinho, que em breve estaria voando. Ai, que frio na barriga. – cê ta louco menino?! Se eu quisesse ter um filho passarinho teria casado com um passarinhão. Presta atenção Junie; vai nadar, jogar futebol, entra pra uma academia de ginástica... Ai meu Deus, coitada daquelas mães do Esporte Espetacular.

Certa vez, fui até uma rampa, em Santa Rita, pra ver “meu menino”, já casado e pai de uma menina de 4 anos, voar. No caminho, no carro, o ar me faltava e eu dava uma de durona, até que chegou o momento do danado do vôo. A parafernália toda pronta, o vento ajudando, as asas coloridas do meu filho estão infladas e ele mergulha no espaço que parece querer roubá-lo de mim, levando-o cada vez mais para o alto. E ele vai voando, voando e eu pensei que fosse infartar vendo meu filho indo embora, cada vez mais pequenininho.

Ufa! Graças a Deus ele desceu, está no chão, lá embaixo. Fomos eu, Karine e Ana Clara resgata-lo. E para minha surpresa, quando olhei para ele, ele estava com os olhos brilhando, com aquela cara de bobo em estado de graça, que nem os meninos do Esporte Espetacular; só faltava o som, aquela música linda que tocava nos comerciais idiotas de cigarro, “Holliwood, o sucesso!”. – gostou mãe? Muito legal, Junie - consegui dizer.

Apesar da minha preocupação de mãe, meu filho foi conseguindo administrar meu medo, me passando sempre a noção de responsabilidade na vida em todos os setores, principalmente na hora de decidir: voar ou não. As vezes ainda me pego pensando: será que essa expressão que eles trazem no rosto depois de um vôo é porque se aproximaram mais das coisas superiores? Por alguns momentos se livraram das emanações grosseiras, lançadas através dos pensamentos e atos pelos homens na terra? Será que nas alturas a energia positiva do sol consegue bombardear pacificamente as criações negativas dos homens? Acho que sim. Por isso, esse ar de plenitude, de paz interior, de sentirem mais que qualquer um de nós, a essência pura e divina do Grande Arquiteto do Universo dentro deles.

Que Deus nos abençoe e, ampare nossos filhos que não estão fazendo mal a ninguém, só continuam sendo nossos filhos lindos, amados e...passarinhos.

Vera