
No final de semana passado estive pela segunda vez como Convidado palestrando em uma clínica da ABP. Da primeira, como manda o manual da pressa e correria, cheguei 15 minutos antes da palestra e sai 15 minutos depois. Não tive pois, chance de avaliar o evento.
Dessa vez porém, tive como assistir toda a Clínica e avaliar o tal evento para o qual tinha sido convidado a palestrar.
Vi um evento que não é perfeito, nem livre de falhas, mas que é de longe a melhor iniciativa para formação de pilotos e Instrutores de parapente em curso no Brasil.
Vi um evento em que no mesmo final de semana consegui ouvir o Kurt e o Sivuca falar.
Vi um evento em que o Ary Pradi, da Sol Paragliders, esteve presente durante grande parte do tempo, solícito como sempre, dando uma visão perfeita e muito clara do mercado de Parapentes.
Vi um evento que conta com uma figura única no parapente: O Tuzim. O carisma e a vivência desse cara por si só já me fazem ter a certeza de que o final de semana longe da família valeu a pena.
Vi um evento muito bem conduzido pelo Azeitona, pessoa que parece entender que o dirigente deve ser aquele que, primordialmente, cria mecanismos para que as pessoas cooperem com o máximo que podem.
Vi um evento em que todos os palestrantes se imbuíram daquele entusiasmo típico dos que acreditam no que fazem e falam.
Vi um evento no Espírito Santo, estado pungente que dá exemplos diários para o parapente no Brasil.
Vi e senti um clima de camaradagem muito longe das disputas políticas que muitos imaginam fazer parte de um evento desse porte.
Apesar de eventuais falhas e erros a que todos nós estamos sujeitos quando resolvemos realizar algo pela primeira vez, a Clínica de Pilotos e Instrutores da ABP é a melhor iniciativa para a formação de Pilotos e Instrutores no Brasil e certamente marcará época no futuro como um importante passo no rumo de um esporte mais seguro, íntegro e honesto. Tenho a impressão de que àqueles que participam ou participaram de uma Clínica não ganham somente conhecimento: ganham sobretudo a certeza de que embarcaram no trem da história do parapente no Brasil. É assim que eu me sinto.
E por isso, agradeço.